Uma relíquia da contabilidade: conselheiro José Alvarenga doa histórico livro-caixa de gelatina ao Museu da Contabilidade

Na última segunda-feira, 25 de agosto, um fragmento precioso da história contábil goiana foi oficialmente entregue ao Museu da Contabilidade do Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRCGO). O conselheiro do CRCGO, José Alvarenga, doou um livro-caixa original datado de 1983, pertencente à antiga empresa de transportes da tradicional família Queiroz, em Anápolis/Goiás. A entrega foi feita à presidente do CRCGO, Sucena Hummel, e ao vice-presidente de Administração e Planejamento, Henrique Ricardo Batista.

O que poderia ser apenas mais um documento antigo guardado com zelo por décadas, é, na verdade, um testemunho silencioso do tempo, um símbolo do trabalho minucioso e do esforço dos profissionais da contabilidade de outras gerações.

“Este livro foi um presente que recebi do saudoso empresário e pastor Victor Hugo de Queiroz. Ele me disse: ‘O material agora é seu, faça o que achar melhor’. E hoje, com o consentimento de seu filho, João Victor, que atualmente responde pela família, eu o entrego ao Conselho com um único sentimento: gratidão”, declarou José Alvarenga durante o ato de entrega.

Guardado por quase 40 anos, o exemplar emociona pela sua integridade e simbolismo. “Ele não representa apenas o passado”, afirmou o conselheiro, “ele representa o esforço e demonstra o trabalho que os profissionais contábeis fizeram para que chegássemos onde estamos hoje. Por isso, nosso maior respeito àqueles que nos antecederam.”

O livro ainda conserva características técnicas que despertam a memória dos profissionais mais antigos da área, como a aplicação da gelatina, um material utilizado na impressão de registros contábeis antes da era digital. Um processo artesanal, meticuloso, que exige precisão e paciência, atributos que definiram toda uma geração de contadores. Hoje, esse método está extinto, mas permanece vivo nas páginas firmes e manuscritas dessa obra.

Para a presidente do CRCGO, Sucena Hummel, receber a doação é mais do que enriquecer o acervo do Museu da Contabilidade: “É um ato de reverência à nossa profissão. Preservar a memória contábil é também valorizar o presente e projetar um futuro mais consciente sobre o legado que herdamos.”

A peça será catalogada e exposta no espaço reservado às relíquias que contam a trajetória da contabilidade em Goiás e no Brasil. Com ela, o museu reafirma sua missão de manter viva a história da profissão que organiza, projeta e dá transparência à vida financeira de indivíduos, empresas e instituições públicas.

Que cada visita a esse livro seja também uma visita ao passado, um período onde o suor e o cuidado moldavam, linha por linha, o que hoje conhecemos como ciência contábil moderna.

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Comunicação CRCGO, Thaillyne Rodrigues.